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Mostrando postagens de abril, 2021

Dica nº 13: A preposição "de" e o sujeito

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Recomenda-se, na escrita, não contrair a preposição de com os artigos o/a ou com os pronomes ele , ela , aquele , este e esse , quando os artigos e esses pronomes constituírem sujeito de oração infinitiva¹, uma vez que o sujeito, conforme a gramática, jamais é preposicionado; é a preposição que rege o verbo. Por essa razão, conforme a gramática, constitui erro dizer e escrever: O diretor viajou para Brasília apesar da reunião ter sido transferida. (Errada) O diretor viajou para Brasília apesar de a reunião ter sido transferida. (Correta) Assim, se houver após o “dele” um verbo no infinitivo, devemos separar a preposição do pronome na função do sujeito: Eu cheguei antes DE ELE sair. Essa regra, entretanto, não é rígida. Segundo Sérgio Nogueira, no Brasil não há dúvida de que a forma mais usada é “cheguei antes dele sair”. É assim que a maioria dos brasileiros fala. O mestre Adriano da Gama Kury, entre outros estudiosos ilustres do nosso idioma, considera a forma preposicionad...

Dica nº 12: A par/ ao par

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As expressões a par e ao par , ainda que semelhantes, não são sinônimas. São locuções com significados distintos. A par significa:  Tomar conhecimento de algo; Inteirar-se a respeito de determinado fato;  Estar ciente ao mesmo tempo. Também significa : simultaneamente e igual em quantidade. Exs.: a) “O juiz não estava a par dos bens dotais, haja outros, submetidos a regimes diversos”. b) Ele está a par das reformas ortográficas. c) Fiquei a par do assunto. Ao par trata-se de locução adjetiva para indicar a equiparação entre o preço e o capital representado pelas ações, obrigações ou outros papéis de crédito, ou ainda a igualdade de câmbio entre diferentes países (COSTA, 2002, p. 143). Exs.: a) As moedas fortes mantêm o câmbio praticamente ao par . b) O dólar e o real estão ao par .  c) O valor das ações está ao par dos demais investimentos. Referência: COSTA, José Maria da. Manual de redação profissional . Campinas: Millennium, 2002. p. 32, 143.

Dica nº 11: A cerca de/ acerca de / há cerca de

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  A cerca de : quer dizer perto de, próximo de, aproximadamente. a) Brasília fica a cerca de 208 km de Goiânia. b) O rapaz foi encontrado a cerca de 10 metros do local. c) Vamos, ela está a cerca de dois passos daqui. Acerca de : significa sobre, a respeito de. a) Estávamos conversando acerca da viagem. b) Ninguém disse nada acerca do que aconteceu com aquela família. c) Elas jogam conversas fora acerca de muitas coisas. Há cerca de : indica tempo passado, querendo dizer faz mais ou menos. a) O curso foi lançado há cerca de dois anos. b) Há cerca de duas semanas que não vejo Maria. c) Não faço ginástica há cerca de 5 anos. Sintetizando: “acerca de corresponde a sobre; a cerca de, a aproximadamente; há cerca de, a faz aproximadamente”. 👉 e... muito cuidado com a cerca de arame da fazenda, pois sempre há cerca lá e ela é alta.😁  Fontes: COSTA, José Maria da. Manual de redação profissional. Campinas: Millennium, 2002.

Dica nº 10: O uso de Sic

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  Sic é um advérbio latino, que significa assim. Palavra que se intercala em uma citação ou se pospõe a ela para indicar que o texto original está reproduzido exatamente (com erro lógico ou ortográfico), por errado ou estranho que possa parecer. Em termos técnicos, usa-se com muita frequência antes, no meio ou depois de uma citação, para indicar que houve fiel reprodução do original, com as mesmas palavras, conforme foram escritas (geralmente para eximir a quem cita da responsabilidade atinente a algum erro de grafia ou de sintaxe). Ex.: "Registrava textualmente a sentença que as testemunhas, talvez por medo ou coação, não deporam ( Sic ) nos termos previstos pela legislação civil em vigor´" (o correto é depuseram); "Qualquer mudança deve vigir ( Sic ) apenas a partir de 2002" (o correto é viger). Dessa maneira, por se tratar de palavra pertencente a outro idioma, há de vir entre aspas, em negrito, itálico, com sublinha ou grifo equivalente, indicador de tal circun...

Dica nº 9: Trema

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  Usado em diversas línguas para alterar o som de uma vogal ou para assinalar a independência desta em relação a uma anterior, constituindo-se às vezes de uma vogal própria e distinta no alfabeto. Também usado nos idiomas alemão, francês, grego, castelhano, turco e sueco. Com a assinatura do Decreto 6.583/2008, que em seu artigo 2°, parágrafo único, determina um prazo de transição entre 1° de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012. Portanto, a partir de 2013, o trema foi abolido oficialmente da ortografia do português brasileiro, permanecendo seu uso em palavras de origem estrangeira e derivados, como: Müller e Hübner . Exemplos: A partir disso, portanto, escreve-se: Aguentar, ambiguidade, bilíngue, cinquenta, consequência, eloquente, enxágue, equestre, frequentar, linguiça, linguística, pinguim, sequestro, tranquilo, ubiquidade etc . Lembrem-se que, a vogal “u” deve ser pronunciada nos vocábulos exemplificados, ainda que o trema não exista na escrita dos textos de língua ...

Dica nº 8: Siglas

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Para a escrita de siglas devemos observar três regras: 1) Se a sigla é formada por até três letras , todas devem ser escritas em maiúsculas: PT, CBF, ONU, OAB, STF etc. 2) Se a sigla for formada por mais de três letras , a primeira letra deve ser grafada com a inicial maiúscula e as demais em minúsculas:  Incra, Unesco, Fiesp, Embratur, Uespi, Ufpi etc. 3) Se as siglas formadas por mais de três letras não puderem ser pronunciadas como uma palavra , também se grafarão com letras maiúsculas:  INSS, BNDES, CNBB, CPOR, DNER etc. E como fica o plural das siglas? Embora não existam regras rígidas para o plural de siglas, é usual e perfeitamente aceitável o uso do “s”: CDs, CEPs, IPVAs, IPTUs, Ufirs. Cuidado, porém, quanto ao mau uso do apóstrofo. O apóstrofo, em português, é para indicar a omissão de fonema/letra: copo de água = copo d’água; galinha de Angola = galinha d’angola. Não se justifica, portanto, o uso do apóstrofo para indicar o acréscimo da desinência “s” p...

Dica nº 7: O uso do ponto e vírgula (;)

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  O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. O emprego do ponto e vírgula depende do contexto em que ele aparece. Podemos seguir as seguintes instruções para empregá-lo: - Para separar duas orações coordenadas (que não exercem função sintática em relação a outra oração do período) que já contenham vírgula. Ele chegou adiantado, como de costume ; por isso, presenciou a cena desde o começo. Estive a pensar, durante toda a noite, em Diana, minha antiga namorada ; no entanto, desde o último verão, estamos sem nos ver. - Para separar duas orações coordenadas, quando elas são longas. O diretor e a coordenadora já avisaram a todos os alunos que não serão permitidas brincadeiras durante o intervalo nos corredores ; porém os alunos ignoram essa ordem. - Em enumerações (muito usadas em textos jurídicos - leis, artigos, decretos, ...

Dica nº 6: A utilização da expressão “e/ou”

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Às vezes, deparamos com essa combinação de conjunções ligadas por barra, que indica a simultaneidade dos elementos que a antecedem e sucedem ou sua alternância. O caso mais comum é o dos nomes de correntistas bancários em contas correntes conjuntas de titulares solidários, ou seja, as contas em que um dos titulares aceita e valida a movimentação que o outro faz, como em “José dos Anzóis Pereira e/ou Maria Farinha Pereira”. Neste exemplo, o “e” indica que os titulares da conta são, conjuntamente, José e Maria e o “ou” expressa a possibilidade de operação da conta por um ou outro isoladamente. Outros exemplos: (1) “Há situações em que o chefe de culto, através do jogo de búzios e/ou tarô conclui que o mal que aflige a pessoa é puramente orgânico” – Considera-se que pode ser praticado o jogo de búzios juntamente com o de tarô ou um deles somente. (2) “Sobremesa: fruta ácida e/ou suco de fruta ácida” – Entende-se que podem ser servidos, como sobremesa, a fruta e o suco ou um deles ...

Dica nº 5: Paralelismo linguístico - Parte 2

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Nesta segunda parte da dica estudaremos as duas formas de paralelismo, a saber: o paralelismo sintático e o paralelismo semântico. Paralelismos sintático É o recurso de coesão textual cuja função é veicular informações novas por meio de uma estrutura sintática que se repete, contribuindo, de forma precisa, para a progressão textual. O que se denomina paralelismo sintático é um encadeamento de funções sintáticas idênticas ou um encadeamento de orações de valores sintáticos iguais. Exemplo nº 1: Renato acreditava na proposta do candidato e na plataforma de governo. Renato acreditava...   I - na proposta do candidato ( em+a); II - na plataforma de governo ( em+a). O “e” está agregando dois elementos de “acreditava’. Ambos devem seguir a mesma linha, ou seja, iniciar com a preposição (em+a). Exemplo nº 2: Ela disse que o que a deixa mais feliz é poder agradecer aos santos, oferecendo aos convidados uma variedade de doces, como de abóbora, leite, mamão e amendoim. ...

Dica nº 5: Paralelismo linguístico - Parte 1

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O tema para a dica de hoje e de amanhã é paralelismo linguístico, este subdividido em duas análises, nas quais o leitor terá oportunidade de conhecer como se estrutura uma frase mediante o auxílio de termos coesivos, sequências claras e condizentes com os padrões da norma culta.  Conceito: Em uma definição simples, paralelismo linguístico é uma sequência frasal com a mesma estrutura gramatical. Ele se manifesta em vários tipos de sequências, envolvendo nomes, verbos, conjunções e artigos. Vamos observar esse fato valendo-nos de alguns recortes de textos. Isso vai ajudar a empresa a  reerguer-se  no mercado e  reconquistando  seus   antigos clientes. Constatamos que a estrutura gramatical dessa sequência de frases não apresenta o necessário paralelismo no emprego dos verbos, pois o primeiro está no infinitivo ( reerguer -se), sem paralelismo com o segundo, no gerúndio ( reconquistando ).  Seria adequado dizer assi...

Dica nº 4: O uso do hífen após "não"

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O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - Volp, consolidou a abolição do hífen que prendia o prefixo “não” a substantivos e a adjetivos. Antes, o “não” que funcionava como prefixo era separado por hífen da palavra subsequente, modo de deixar claro que estava deslocado de sua função adverbial, equivalendo a formas “in-” ou “des-”. Segundo a grafia antiga, era possível dizer que alguém teve um comportamento “não-leal” (o que equivalia formalmente a um comportamento "desleal", mas com uma nuance de significado que opera ligeira distinção de sentido). Importa aqui observar que havia, sim, um critério para o uso do hífen depois do “não”. Diante de substantivos, sempre havia o hífen (pacto de “não-violência”, “não-índios” etc.). Agora, não existe mais hífen depois do prefixo “não”. Consolidam-se grafias como não agressão, não cooperação, não cumprimento, não esperado, não execução, não ficção, não fumante, não governamental, não ligado, não pagamento, não proliferação...