Dica nº 13: A preposição "de" e o sujeito


Recomenda-se, na escrita, não contrair a preposição de com os artigos o/a ou com os pronomes ele, ela, aquele, este e esse, quando os artigos e esses pronomes constituírem sujeito de oração infinitiva¹, uma vez que o sujeito, conforme a gramática, jamais é preposicionado; é a preposição que rege o verbo.

Por essa razão, conforme a gramática, constitui erro dizer e escrever:

O diretor viajou para Brasília apesar da reunião ter sido transferida. (Errada)

O diretor viajou para Brasília apesar de a reunião ter sido transferida. (Correta)

Assim, se houver após o “dele” um verbo no infinitivo, devemos separar a preposição do pronome na função do sujeito:

Eu cheguei antes DE ELE sair.

Essa regra, entretanto, não é rígida. Segundo Sérgio Nogueira, no Brasil não há dúvida de que a forma mais usada é “cheguei antes dele sair”. É assim que a maioria dos brasileiros fala.

O mestre Adriano da Gama Kury, entre outros estudiosos ilustres do nosso idioma, considera a forma preposicionada (=cheguei antes dele sair) uma variante linguística válida. É o mesmo caso de “está na hora da onça beber água”.

Diz o mestre Evanildo Bechara: “A lição dos bons autores nos manda aceitar ambas as construções, de a onça beber água e da onça beber água”.

Por outro lado, é importante observar que, em geral, os concursos públicos exigem a forma tradicional: “Cheguei antes de ele sair”; “Está na hora de a onça beber água”.   

1 Verbo no infinitivo é aquele em seu estado natural, terminando em ar, er ou ir (e or, no caso do verbo pôr). 

Exemplos: cantar, estudar, vender, soer, partir, etc.

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