Dica nº 2: Hum mil/ um mil/ mil reais?
1) É comum encontrar, tanto nos
cheques como na especificação por extenso de números em documentos contábeis, a
grafia errônea hum para o numeral cardinal um.
2) Vale a lembrança da
lição de José de Nicola e Ernani Terra: "Trata-se de um equívoco
injustificável. O numeral cardinal admite apenas a forma um".
3) E complementam tais
autores: "Por outro lado, existe a palavra hum: trata-se de uma
interjeição e, via de regra, indica desconfiança, impaciência, dúvida: ‘Hum!
Isto me cheira a trapaça"´.[1]
4) Não é diverso o
posicionamento de Napoleão Mendes de Almeida, que, quanto a seu uso nas
quantificações - sobretudo em preenchimento de cheques - lembra não vir tal
cardinal precedido de um.[2]
5) Observando que
"entre os numerais cardinais nunca se fala em hum, forma arcaica
que bancários e banqueiros tentam ressuscitar para evitar fraude", lembra
Antonio Henriques que "nem mesmo a Lei do Cheque (nº 2.591, de 7/8/1972)
faz tal exigência". E adverte tal autor: "que se evitem fraudes, mas
não atropelando a linguagem".[3]
6) Em outro aspecto,
Domingos Paschoal Cegalla observa que "não se usa um antes de mil.
Diga-se ou escreva-se mil reais, mil e quinhentos dólares. No
preenchimento de cheques, evite-se escrever hum mil reais, hum mil e
oitocentos reais. Há meios tão seguros quanto esse para evitar falsificações
sem atropelar a língua".
7) Assim o correto é mil reais, e não um mil reais nem hum mil reais.[4]
Fontes:
MEDEIROS, J. B. e outro. Dicionário de erros
correntes da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo, Atlas, 1999.
DE NICOLA, J. e outro. 1001 dúvidas de português.
10. ed. São Paulo, Saraiva, 2000.
[1] Cf. NICOLA, José de; TERRA, Ernani. 1.001 Dúvidas de Português.
10. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 126.
[2] Cf. ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas.
São Paulo: Editora Caminho Suave Ltda., 1981. p. 324.
[3] Cf. HENRIQUES, Antônio. Prática da Linguagem Jurídica. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 1999. p. 196.
[4] Cf. CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da
Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999. p.
404.
Comentários
Postar um comentário
Gratidão pela sua cooperação!